sábado, 20 de dezembro de 2008

NOVO TITULO

Os textos chegaram. "Vejam lá se vos interessa…" Trinta textos! Tantos textos? Vamos lê-los, é sempre o melhor. E, enquanto líamos: o que quer isto dizer? De que está ele a falar? Reconheço as palavras, entrevejo a história, mas e, aqui, neste ponto, que volta é esta que ele está a dar? A pôr os textos na terra, na alma do palco, na voz e no corpo: que seres são estes? Donde vêm, onde moram, que fazem, vivem de quê, que querem? As respostas? Incompletas até hoje, fragmentadas, partículas de uma história que não sabemos.Este é o nosso dia a dia, de todos os dias, os caminhos que fazemos, os transportes que usamos as ruas, as casas. E de repente o céu, já ali, tão perto, tão à mão, apetecível, a lembrar o entendimento das coisas para lá do tempo que temos e das coisas que fazemos. Eu estou aqui e faço isto, sou assim — para sempre? Mas se fosse outra coisa, se fizesse o que tantas vezes penso e que mais não faço que voltar a esquecer, a deixar para depois, mais tarde, respirar mais tarde? Se quando olho visse e falasse do que vejo e dissesse o que quero em vez de um paliativo, mais um, outro, outra vez? Se me lembrasse das maravilhas do mundo e dedicasse algum tempo a pensar nelas, na sua beleza e parasse o tempo por um pouco e por aí ficasse a respirar, talvez a respirar, que sabemos nós? Em vez disso corremos para o elétrico, para o carro, para o avião, cruzamos os ares dentro de cápsulas, protegidos (?), esquecidos, alheados, mudos. Atravessamos a história, a nossa história e a dos outros, à velocidade da luz, sem olhar para a paisagem, sem apalpar a matéria de que são feitas as coisas, o barro de que é feito o belo, atropelando pelo caminho as palavras e as ações, os desejos e ideais.Tentamos parar. Pensar. Atuar. É o teatro. É a possibilidade que o teatro abre. O cruzamento da terra com as estrelas, do chão palpável, de madeira, com o texto de luzes, estrelas imaginárias. Tão perto a vida, finalmente. O ar que faltava. Ainda agora estávamos no teatro e de repente estamos na vida? Ou o contrário também é possível.

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